segunda-feira, 24 de março de 2008

Just put another dime in the JukeBox, Babe

Bendito sejam os anos 80. Tempo de He-Man, Ronald Regan e MSX. Lembro-me bem da revolução do CD, e as maravilhas prometidas pela nova era digital. Mas bastou um pouco de amadurecimento para que a verdade viesse à tona: a falta de charme do disquinho espelhado frente ao classudo vinil. Foi nos anos 90, por meio de uma colocação de um amigo, que me dei conta disso.
Mas foi nesse feriado de Páscoa, ouvindo música na estrada, que outra verdade me foi revelada: pior que a falta de charme do CD é a cretinice que se esconde por trás do Mp3. Basta você ouvir um CD da época em que você costumava pagar pelas coisas, e perceber a enorme diferença na qualidade de som. A culpa, claro, não é do formato, mas da mesquinhez humana da qual, envergonhadamente, faço parte: a mesquinhez da economia de espaços, da compactação dos arquivos, dos carros, do prazer de viver. Eu estava preso nesse mundinho que vibra com 600 músicas em um único CD e sem um pingo de qualidade. Pura mesquinharia.
Eu, em meio a discos de mp3, coloquei um CD de verdade na BR-101. Renascimento em plena Páscoa! Sou um novo homem. Não mais aceitarei calado a ditadura da otimização de espaços.
O sonho não pode morrer. Que venham a mim os motores V-8 e 3.6 litros, Os duplos quarterões com queijo, a Coca-Cola Classic e o Rock dos anos 70, 80 e 90, em CD, sem compactação, quebrando as cadeiras nos jornalistas e jogando o telefone do décimo andar do hotel na cabeça de uma fã engraçadinha.

Bendito sejam os anos 80. Onde o politicamente correto e a mesquinharia não tinham vez.

"I love Rock n'roll / Just put another dime in the JukeBox, Babe"