sábado, 26 de julho de 2008

Os Fazedores e os faladores

Falar é fácil. Realizar é FODA. Mas foda de verdade é ouvir, ouvir, ouvir e ouvir um pouco mais das pessoas, enquanto se assiste, assiste e assiste nada ser realizado por elas. Dois discursos de presidentes americanos abordam, mesmo que indiretamente, sobre o fazer, falar ou enrolar. Um utilizando-se da vaidade dos faladores para alcançar metas, outro dizendo que é possível desmascará-los em algum momento da história.

Ronald Reagan, Mestre Jedi do mundo livre dizia que toda e qualquer transformação, meta ou whatever poderia ser realizada, contanto que você abra sempre mão dos méritos da conquista ou da idéia em si. Claro, Reagan conhecia e contava com a necessidade humana de dizer que faz e acontece, com o vício da fama o dos holofotes e até do gostinho que os medíocres têm de se fazer passar por alguém que geralmente ele nunca é: aquele que todos chamam, com orgulho e admiração, de "O CARA". Ele jogava esse jogo com maestria. Na sua gestão o muro ruiu, a União Soviética rachou e a economia americana bombou.

Já JFK dizia: "Pode-se enganar a todos por pouco tempo, pode-se enganar alguns o tempo todo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo." É aí que morre o falador. Alguns passam a vida acreditando nas suas histórias, no seu potencial observado apenas pelo que diz, nunca pelo que faz... A vida é assim. O fraco se traveste de herói, dá lições de moral e não vive sem os holofotes. Cabe ao herói o anonimato das grandes realizações. Cabe aos grandes serem chamados de tansos pelos medíocres, porque aos realizadores só interessa a realização em si, nunca os aplausos dos puxas-sacos. Essa é a identidade secreta dos super-heróis. É a capa preta do batman, são os óculos ridículos do Clark Kent.

Eu digo viva a todos esses tansos. Sem eles estaríamos ferrados.