sábado, 25 de abril de 2009

Marisa Monte. De Merda

Sabe aquelas pessoas que tem um orgulho da produção cultural brasileira? Mas que é tão repetição da militância ideológica nacionalista e pseudo-intelectual que se torna evidente que não é do fundo do coração?

Pois então. Amanheci ouvindo aquela musiquinha da Marisa Monte, cuja letra é um apanhado de guloseimas em sequencia, e que soa engracadinho para os nossos cérebros hipnotisados pelo raso conteúdo da produção cultural brasileira. Sim, eu coloco a tal da elite intelectual da música brasileira abaixo do cu da cobra, o que, automaticamente, deixa o Funk, o calipso, o pagode e o resto do lixo que se produz por aqui muito além no núcleo da terra. Foi então que, entre um gole e outro de café, minha mulher comentou:

- Estou enjoada dessa música.

Então me libertei das amarras e de bate-pronto, respondi:

- Claro, essa música é uma merda.

Perdi o controle, em pleno café da manhã. De vez em quando, tenho uns ataques de Axl Rose. Isso mesmo, assim como o Sr. David Benner, eu eventualmente, liberto o Hulk. Sim, o meu Hulk se chama Axl. A minha terapeuta disse que eu sou muito controlado e que preciso rever isso. Realmente. Não tenho encontrado o Axl tão corriqueiramente quanto as situações do cotidiano exige. De qualquer forma, hoje, na mesa do café, sobrou pra Marisa. O axl subiu no palco dela, estapeou-a na face, e gritou pra galera: YOU KNOW WHERE THE FUCK ALL YOU ARE? YOU ARE IN THE JUNGLE, BABE... AND YOU GONA DIIIIEEEEE.

Pois é, a Dna. Marisa Monte tem um espaço dentre os protegidos da MPB, uma espécie de ferrolho (lembram do ferrolho das brincadeiras de pega-pega?) ou blindagem que protege uma sorte de picaretas como Caetano, Gil, Chico Buarquem entre muitos, de serem questionados de vez em quando pelo Hulk ou pelo Axl Rose dentro de cada um de nós. Eles possuem uma áurea de santidade cultural. Intocáveis até quando resolvem falar sobre assuntos que dominam menos que a própria música. Uma proteção coletiva e induzida pela mídia daquelas que dão vontade de colocar o dedo na goela. Então, continuei exercitando a minha liberdade:

- Nossa, olha como é fácil pagar de interprete do Brasil! Vamos fazer uma música pros Nerds? Aí vai:

- Placa de rede, Memória Ram, FTP
- Teclado, wirless e USB

E por aí vai. Quando você liberta o seu lado mais crítico, você desconstrói qualquer coisa, seja ela idiota ou idiota com ares de cult... Quanto mais provalecido esse ataque, melhor. Eu acho libertador. Minha Terapeuta também.