segunda-feira, 30 de junho de 2008

O tio não qué qui vai lá

Troquei de supermercado hoje. Mas só pra encontrar um suco de laranja da marca que eu gosto. Não encontrei, no entanto, a mudança de ares me fez presenciar coisas que no ambiente do outro mercado não aconteceriam. falo aqui do encontro com o cidadão simples, comum, cotidiano e, invariavelmente, jaguara.
Nesses ambientes mais populares sempre tem um bebê - até bem engraçadinho - nos seus primeiros passos, brincando de bola com uma tia velha com cara de vó. Daí você sorri, tenta se encantar com a cena para que os demais seres a sua volta não pensem que você está morto por dentro. Então a velha, usando a única psicologia infantil que conhece, diz pra criança: "Ó, o tio não qué qui vai lá!"
Não vou nem comentar a gramática, mas puta-que-o-pariu, "vai dizê" que você nunca ouviu uma porra dessas? É uma merda que as crianças sejam submetidas, desde cedo, a todo o tipo de terrorismo que os pais, tios e quem quer que seja são capazes de inventar. O "tio" é um clássico! Ele pode ser um sujeito oculto, mas onipresente ou então um velho feio e careca fumando hollywood de maço num balcão ao lado. Sempre tem um tio inventado exclusivamente para nos fazer andar na linha. Depois vem as variações como o homem do saco e toda a sorte de bichos como a mula, o boi da cara preta e a tal da Cuca. O terror simplesmente não tem fim.
Ser criança tem dessas merdas. Trocar o seu supermercado preferido também.